terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vaidade: a menina dos olhos de satanás



Quando se ouve falar em vaidade logo vem à mente algo relacionado a belas roupas, cabelos bem cortados, pele bem tratada, adornos, jóias e etc. O desejo ardente em atrair a atenção e admiração alheia. Um sentimento quase narcisista alicerçado pelo orgulho e a soberba. Inicialmente, não está errado pensar assim, pelo contrario, a vaidade tem uma pitada de tudo isso sim e muito mais, contudo, quero abordar o tema pelo olhar bíblico. Como a vaidade é utilizada pelo inimigo e como nós cristão somos envolvidos por tais sentimentos. Principalmente as pessoas que lideram ou participam diretamente de ministérios ou departamentos importantes na igreja como; bispos, pastores, diáconos, ministros de louvor e membros.
No antigo testamento a palavra vaidade é destacada mais de 100 vezes. Traduzida do hebraico, “vaidade” é oriunda de 3 termos, a saber: Nadab, qual o significado é oco ou vazio. É também usada para indicar abandono ao Deus verdadeiro à busca de ídolos; Hebel, que significa inútil, vapor, sopro; e Shaw, que significa ludíbrio, falsidade, tudo aquilo impalpável, irreal e sem valor. É, por conseguinte, uma palavra que designa ídolos (sem valor), assim como Hebel.
Assim, no salmo 24:4 entende-se da seguinte forma: Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade (a ídolos) nem jura enganosamente; ou ainda, como disse Salomão em Eclesiastes 12:8 Vaidade de vaidades, tudo é vaidade. Que tudo não passa de vento, inútil, sem valor algum.
Partindo dessa premissa, entendo que o cristão “vaidoso” não está necessariamente preocupado com sua aparência, mas inserindo em sua vida, ainda que inconscientemente, um ídolo o qual atribui uma importância tamanha ao ponto de superar a autoridade e o valor de Deus. Os termos bíblicos acima expressam exatamente isso: o quão vazio, oco, inútil e sem valor se torna o ato de entronizar qualquer outra coisa se não ao nosso criador Deus todo poderoso.
Os ídolos são diversos. Tudo aquilo que toma o lugar de Deus nas nossas vidas, no nosso coração, apenas por prazer e satisfação pessoal, é um ídolo advindo da vaidade. Querer estar no louvor com o intuito de aparecer para igreja, pregar com o mesmo intuito, ostentar riqueza e uma infinidade de situações a qual deixa o nosso Deus em segundo plano.  Tudo isso, ainda que pareça correto e abençoado, se torna vazio e sem propósito. É como correr atrás do vento. Mateus 6:33 diz: “Buscai primeiro o reino de Deus e sua Justiça e as demais coisas vós serão acrescentadas”; e Pedro em
Atos 5:29: ...mais importante obedecer a Deus que os homens.
Sejamos práticos. Imagine a seguinte situação: um ministro de louvor que tem Deus como verdadeiro Senhor e salvador de sua vida. Nos cultos, seus cânticos e louvores ultrapassarão os céus e chegarão à sala do trono do Senhor.  Cumprirá sem dúvidas seu propósito em conduzir o povo em adoração e milagres serão operados naquele lugar. Em contra partida, um ministro que não sobe em um altar, mas em um palco, busca aplausos, olhares, atrair a atenção da igreja, ouvir elogios. Seu ídolo é o “ibope”. Este louvor se torna vazio e sem propósito algum diante do Senhor. E assim acontece com tantos outros cristãos que compõem o corpo de Cristo: bispos, pastores, diáconos, membros sem envolvimento direto com o ministério e por ai vai. Quando Deus não está onde é seu lugar, acima de tudo e de todos, tudo vira um grande teatro.
A verdade é que todos somos suscetíveis ao pecado e às tentações. Podemos cair a qualquer momento, quando menos esperamos. O fato de nos tornarmos cristãos não nos impede de sermos tantas vezes incrédulo ou apresentarmos um coração duro e vaidoso. Infelizmente nossa conversão não nos arrancou fora as fraquezas, elas continuam lá, e temos que continuar lutando arduamente contra elas todos os dias. Muitas vezes ainda trazemos conosco praticas velhas do mundo, e por teimosia, tentamos de alguma forma inseri-las na igreja buscando um resultado similar ao obtido no mundo, mas com a “benção” de Deus. Até pode dar certo em alguns casos, mas os sentimentos de outrora do velho homem ainda o acompanharão. II Coríntios 5:17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
Deus revela em sua palavra que existiu um anjo nos céus que se exaltou e queria dividir os louvores e a adoração de todos os anjos. Deus não divide seu louvor e adoração com ninguém, até por que ninguém é como nosso Deus, seria no mínimo injusto.  Isaías 14:12-20, Ezequiel 28:12-19, Lucas 10:18 e Apocalipse 12:3,4.
Assim, o expulsou dos céus. Levou consigo ainda 1/3 dos anjos. Creio que não fora motivado apenas pelo o orgulho e soberba, mas a vaidade com certeza estava presente.
O diabo é sujo demais meus irmãos e fará de tudo para criar situações que te levem direto para os braços da vaidade ou do pecado mais próximo. Ele nos ronda como um animal feroz louco para nos tragar diz a palavra de Deus. Acredito sinceramente que a vaidade seja uma das armas mais utilizadas pelo inimigo, pois retira o Senhor do altar de nossas vidas, destrona-o aos poucos. Ela deixa nosso coração seco e frio, abrindo portas para demais pecados, bombardeando nossa santidade até voltarmos à lama. Outros pecados não nos trazem aquele “bem estar, prazer pessoal” como a vaidade. Afinal, no mundo ser vaidoso é uma característica até admirada. Parece mentira, mas infelizmente é assim que acontece.
Esse sentimento acaba nos deixando cegos, dando uma falsa impressão de estarmos muito bem com Deus, pois somos convertidos, lavados pelo sangue, porque pregamos a palavra, louvamos a Deus, oramos etc.. Cuidado amados irmão, lembrem-se de Mateus 7:22-23 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? “E em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.
E como fugir da vaidade? Amados irmãos, não há segredo algum. Obediência: Façamos como Abraão que não hesitou em obedecer às ordens de Deus e preparou a morte de seu único filho Isaque.
Jejum, oração e leitura da palavra: aumente seu tempo de oração e leitura da palavra de Deus se necessário. Matar a nossa carne diariamente é de suma importância para uma vida cristã sadia e santa. Procurar Jesus enquanto podemos achá-lo. Só Ele poderá afastar a vaidade dos nossos corações.
“Vigiai e orai para que não entreis em tentação; pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca” Marcos 14:38
“Intensificais as vossas invocações e suplicas; orai em toda a circunstância, pelo espírito, no qual preservai em intensa vigília de suplica por todos os cristãos.” Efésios 6:18.
Dessa forma, com o coração cheio de Deus e da presença de Jesus, dificilmente a vaidade lhe alcançará, tampouco satanás. Aquele prazer pessoal e egocêntrico cederá lugar às maravilhas do Senhor. Além de desfrutar momentos impares na presença do Rei, sua santidade estará incólume e as bênçãos do Pai altíssimo o alcançarão em nome Jesus. Creia nisso. Forte abraço e que Deus lhe abençoe.